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Foto por Bárbara Cabral |
Brasília também tem seus acertos! Eis a prova:
O projeto Biblioteca Popular já tem quatro anos de existência. O programa foi idealizado por Luiz Amorim, dono do açougue cultural T-Bone, e coloca nas paradas de ônibus da Asa Norte nas vias W3, L2 e eixinho, livros doados para serem emprestados.
Não há critério de empréstimo na Biblioteca Popular, os livros ficam disponíveis 24 horas e qualquer pessoa pode levá-los, sem nenhum controle de devolução. “O objetivo é que as pessoas peguem o livro”, explica Luiz Amorim, “Nós não nos preocupamos com a devolução. Quem gosta de alguma obra pode emprestar para um amigo, um parente, o livro circula muito mais do que em uma biblioteca pública”.
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Foto por Bárbara Cabral |
Edivânia Ferreira, promotora de vendas, lê os livros enquanto espera o ônibus chegar. “Tem muita coisa interessante aí. Eu li um livro sobre primeiros-socorros, já que na minha família tem muita criança pequena. Aprendi o que fazer quando alguém se engasga ou algo do tipo”, diz. O estudante Gabriel de Melo, apesar de nunca ter utilizado a Biblioteca Popular, conhece os problemas que ela possui. Ele explica que “o projeto é legal, o que complica são os catadores de papelão que levam os livros para venderem por quilo e ganharem um dinheirinho”.
Com a ajuda dos funcionários do açougue, o programa já levou 300 mil livros para os pontos de ônibus, com circulação de 5 mil livros por dia. As obras são obtidas por meio de doações pessoais e de instituições como a Biblioteca Nacional, a Universidade de Brasília (UnB), a Biblioteca Demonstrativa e o colégio Ginásio da Asa Norte (GAN). A maioria do acervo é formada por livros didáticos que, segundo Luiz Amorim, já ajudaram estudantes a passarem em vestibulares e concursos públicos.
Luiz Amorim conta que este formato de Biblioteca Popular não existe em nenhum lugar no mundo, mas que programas similares foram implantados em países como Inglaterra, Alemanha e Espanha. O açougueiro não pretende ampliar o projeto, só aprimorá-lo. “Nosso raio de ação é só a Asa Norte, o ideal é que outras comunidades sigam o exemplo e façam igual”, conclui.
Certamente, um ótimo exemplo a ser seguido pelas demais capitais brasileiras.
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