Entre o canto dos pássaros voando pelas árvores centenárias, o barulho da água apressada fluindo pelos canais de aroeira e o cheiro de jabuticaba madura, dava até para se imaginar os cenários em que Luiz Alfredo Marques Magalhães esteve ao escrever o livro “Mato Grosso do Sul – Fazendas – Uma memória fotográfica”.
Ao caminhar com o autor pela fazenda Palmeiras é impossível não notar o encanto histórico que é transmitido em cada estrutura do local; afinal, a casa é de 1929 e abriga diversos móveis, fotos e quadros da época. O proprietário da Palmeiras, Eduardo Metello Jr., conta que o livro traz diversos documentos importantes que detalham a história da fazenda: “dentre os vários registros históricos está uma carta do meu avô para o escritor Guimarães Rosa”.
Resultado de inumeráveis viagens do autor pelo Estado, Fazendas é o resumo de uma trilogia produzida entre 2003 e 2005 e ilustra boa parte da história de Mato Grosso do Sul por meio de cinquenta propriedades em duzentas fotografias, ilustrações, documentos e narrativas de acontecimentos do passado por personagens raros de se encontrar por aí.
Luiz conta que a ideia de escrever o primeiro livro da trilogia surgiu em 2002: “sou neto de fazendeiros, meus avôs deixaram os sinais de longas travessias desde o sul do país; daí veio a ideia de resgatar tais histórias. Vi que a coisa começou a escapar porque tinha muito pra contar; na busca de uma amostragem justa das aventuras dos pioneiros, acabei ampliando para uma trilogia”.
Para produzir o primeiro livro, Luiz revela que teve alguma dificuldade para levantar informações sobre os locais que percorria. Por não ser conhecido e também por não conhecer as pessoas que ocupavam muitas das fazendas que visitava, foi difícil extrair detalhes da trajetória de alguns dos fundadores.
“As informações iam surgindo na medida em que a confiança se instalava e nuances do projeto iam aparecendo; foram muito importantes as indicações de amigos. Assim que saiu o primeiro livro, todos adoraram a idéia, pois até então não se tinha feito nada parecido e ele se tornou um sucesso, fazendo com que os proprietários abrissem as portas para o segundo e terceiro livros, e aí não parei mais”, conta.
Além de conter diversos retratos e documentos antigos em meio a fotografias atuais, Fazendas também descreve o processo de colonização de Mato Grosso do Sul, iniciado por volta do século 18, quando as monções de paulistas e portugueses vieram ocupar a região, cruzando por onde nasceriam Camapuã e Coxim, de passagem para Cuiabá. Depois, mineiros e goianos palmilharam o sertão de Paranaíba, cuiabanos remanescentes desbravaram o Pantanal no século 19 e o sul do Estado foi ocupado por gaúchos que fugiram da revolução federalista gaúcha de 1892.
“E sem esquecer os paraguaios que, após a guerra do Paraguay, se não chegaram como proprietários de terras foram em boa medida os responsáveis pela parte pesada do serviço, como na lida ervateira, na construção de aramados e fabricação de laços e arreios... não podemos nos esquecer da importância deles nessa história”.
Para quem ficou interessado nessas histórias e tiver o privilégio em conhecer a obra Mato Grosso do Sul – Fazendas – Uma Memória Fotográfica, poderá compreender que todas aquelas fazendas não são somente propriedades particulares, mas sim peças fundamentais que compõe o grande quebra-cabeça chamado Mato Grosso do Sul.
O LANÇAMENTO
O livro “Mato Grosso do Sul – Fazendas – Uma Memória Fotográfica” foi lançado nacionalmente na 22ª Bienal Internacional do Livro de São Paulo no dia 13 de agosto e agora é a vez de apresentar a obra aos sul-mato-grossenses. O lançamento será no dia 20 de novembro, às 18h30min na Federação de Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul (Famasul), localizada à rua Marcino dos Santos, n º 401, Bairro Cachoeira II, em Campo Grande. O evento será realizado pela Editora Alvorada, Famasul, Senar e Funar.
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